domingo, 27 de julho de 2008

Tão longe...

A minha cabeça parece um aeroporto em hora de ponta. O tráfego é imenso e as viagens até ao limite. Viajo, aterro e volto a levantar voo. Quero deixar tudo lá em cima mas a falta de qualquer coisa obriga-me a voltar ao meu porto de abrigo. E volto a levantar, viajo, vejo, procuro, sinto, reprimo, exploro e aterro. Ciclicamente.
A cada viagem quero mais e melhor; a cada viagem quero esquecer e partir para outra; a cada viagem ambiciono e esqueço; a cada viagem desatino; a cada viagem sei para onde quero ir de seguida; a cada viagem me perco mais; a cada viagem me sinto mais longe; a cada viagem não quero mais voltar; a cada viagem volto para de novo partir; a cada viagem quero chegar. A cada viagem...
A turbina não descansa e faz os sentimentos andarem aos trambulhões e lá do ar olho para baixo e reflicto. Oiço chamar. Os destinos são tão diferentes! Se embarcar numa viagem perco a outra? Ou quando voltar posso voltar a partir? Vou neste voo ou voo só por ir?
Haverá mais passageiros como eu? Vem-me à cabeça a imagem de alguém parado no meio da sala de embarque com tudo à sua volta a passar a mil à hora. Pessoas a entrar, pessoas a sair, aviões a descolar, outros a aterrar.. E ela sempre ali.
O céu é o limite e... deves estar a chegar...

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